O principal argumento para alterar o Código Florestal brasileiro é de que o país precisa se desenvolver mais e garantir o fornecimento de alimento para a crescente população. É um discurso que há anos vem sendo proclamado, mas o problema da fome ainda continua se alastrando pelos cantos mais pobres do país. Talvez o problema não seja a produção de legumes, cereais, verduras, frutas e carne mas sim a sua distribuição. Há uma estatística preocupante, publicada pelo Instituto Akatu: 1/3 de toda a comida comprada por uma família brasileira é jogada fora em razão do desperdício. Isso revela claramente que existe um problema de má distribuição dos alimentos. Além disso, as atuais estratégias logísticas falham e boa parte dos alimentos é perdida durante o processo da cadeia de distribuição.
A biodiversidade sofrerá cada vez mais devido a esse falso desenvolvimento. A alteração do Código Florestal não poupará nem mesmo as áreas que são vitais para a sobrevivência do ser humano. Não precisa ser especialista para saber que, eliminando uma área mínima de mata ciliar, será condenado o fluxo de água dos rios que abastecem nossos reservatórios de águas. Ao eliminarmos áreas de proteção das encostas, problemas como deslizamentos de terra irão se multiplicar, com o agravante de que essa brecha irá incentivar a invasão urbana em áreas de risco. Além disso, toda a Área de Preservação Permanente (APP) será reduzida, resultando em um desmatamento sem medida, provocando os aceleramentos da extinção de espécies de fauna e flora e do aquecimento global.
Dessa forma, o argumento que tenta vender a alteração do Código Florestal cai literalmente por terra e começa a ser criticado por diversos setores, inclusive de alguns segmentos da agricultura. Está mais do que evidente que essa autoritária decisão política é prejudicial para a sociedade e economia como um todo.
O discurso de desenvolvimento não tem base científica, moral e lógica. Além de não resolver o problema da fome, irá prejudicar a qualidade de vida da sociedade, subtraindo ainda mais recursos essenciais à vida como água potável, ar puro e alimentos. Uma ameaça ainda maior é de que a escassez desses recursos vitais possam se tornar exclusivos de uma parcela mais rica da população, que teria condições de adquirir água engarrafada e alimentos básicos. Mais uma vez na história do país, alguns lucrarão as custas dos mais humildes com a alteração do Código Florestal.
A sociedade quer sim um desenvolvimento, porém, que seja sustentável de acordo com as necessidades básicas para sobreviver.
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